GEOVANE MOREIRA BARBOSA
( BRASIL – SÃO PAULO )
Nasceu em Guaratinguetá, no Estado de São Paulo, aos 27 de janeiro de 1975. Reside em Cachoeira Paulista, SP, cursando Direito na Faculdade Salesiana de Lorena, no município de Lorena/SP.
Colocada no Concurso Varal de Poesias /93, do Clube Literário e Recreativo de Cachoeira Paulista/SWP.
ANUÁRIO DA POESIA BRASILEIRA 1995. Organizador : Laís Costa Velho. Rio de Janeiro: CODPOE – Cooperativa de Poetas e Escritores, 1995. 116 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
SOLIDÃO
Sou a traiçoeira amiga das horas paradas
A companheira dos momentos de dor
Entro aos poucos silenciosa.
Oculta nas lembranças caladas
Sempre pronta para entrar em ação.
Jogo pesado às vezes
Destruindo com cruel horror
As fantasias coloridas do coração
Sou o fim de tudo
O começo do muro
O jardim das traições
O quebrar das emoções
Chego quando se vai
Exulto com as lágrimas
Vibro na tristeza do ai
Derrubo os sorrisos
Na pressa da conquista
Acompanhada da saudade
Deixo sempre rastro de lástima
Fera banida, regozijo em arruinar
Divertindo nas asas da maldade
Já acabei com muitas vidas
Já vi muitas idas
Deixei esperanças partidas
Na infindável estrada da dor
Faço o mundo chorar
O belo enfeiar
E até mesmo, sem piedade de mim
O poema que me canta
Acabar antes do fim.
AMIGO
Eu sou o vento que brinca com a única folha perfumada,
o sol irradiante, destemido, poderoso que toca a madrugada,
e o som alegre que anuncia a alvorada.
Sou as flores que colorem um o dia,
o calor que afasta a noite fria
e a esperança que torna sua tarde uma bela fantasia.
As ondas que acordam o brilho do mar,
o poeta que chora ao vento suas dores de amar,
e o cântico suave que embala a pureza do sonho.
Minha voz está nos pássaros que embelezam seu amanhecer,
as gotas de chuva são minhas lágrimas pelo seu sofrer
e o arco-íris é meu sorriso por mais uma batalha você
vencer.
Eu sou seu amigo, pai e irmão
um companheiro atento na escuridão
e um mestre calado no mistério da solidão.
Sou as páginas que folheia
as plantas que me semeia
e a colheita que anseia.
Não tenho nada de meu
tudo o que possuo é seu,
desde a claridade até o mais denso breu.
Mesmo se não buscado
sigo a caminhada ao seu lado
e não sei dizer adeus mesmo quando sou magoado.
Eu sou a mão segura na beira do abismo
e a sinceridade reinante entre o cinismo
e o empurrão certeiro no otimismo.
Sou as nuvens brincando com os anjos que passam
os vãos que seu seus olhos despedaçam
e as folhas que seus pés amassam.
Na escuridão sou a luz
na felicidade reluz
a imensidão do meu nome.
PÁSSARO
Quem me dera ser um pássaro
Para voar livre pelos ares
Conhecer o mundo e lugares
ir a montes raros.
Queria voar pelo mundo
Deixando para traz o incerto
Mergulhar no céu aberto
Desaguando no infinito profundo.
Queria seguir o vento
Na escura noite fria
Buscar o calmante
Que um dia avisou que partia.
Voar em direção ao calor
Como sábia andorinha
Procurar numa erva-daninha
O que lhe resta de amor.
O pássaro em liberdade
Nada tem limite, não tem censura
Não tem lágrima nem amargura
Não tem ruga nem tem idade.
Queria ver o pássaro em bando
Que vai aqui e lá voando
Que com força e precisão
Quebra os limites da solidão.
* Colocada no Concurso do Clube Literário e Recreativo de
Cachoeira Paulista– Set. 1994.
*
VEJA e LEIA outros poetas de SÃO PAULO em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/sao_paulo/sao_paulo.html
Página publicada em julho de 2023
|